Última alteração: 2017-10-14
Resumo
O presente trabalho é um projeto de pesquisa-ação criado no âmbito do mestrado profissional de História da UFSC, a ser desenvolvido na EJA noturna em São José durante o ano letivo de 2017. Um dos objetivos é abrir um debate acerca das possibilidades do ensino de história através da experiência didática de diálogo entre Educação, História e Alimentação. O projeto prevê a implantação de hortas nas escolas que servirão de eixos-articuladores de ações de aprendizagem de História. Tal temática axiológica se desdobra em quatro sub-eixos temáticos que serão trabalhados em oficinas pontuais. São eles: Relações de Trabalho e Propriedade, Produção de Alimentos e Meio Ambiente, Indústria e Consumo e, Patrimônio Histórico. Parte-se da realidade do educando para orientar as pesquisas em direção à construção do seu conhecimento de forma mais aprofundada, sua instrumentalização enquanto aluno pesquisador, e sua autoconscientização enquanto ser social, histórico e cultural, participando de sua autoformação e da construção de sua cidadania. A partir das ações com a horta, os alunos protagonizam oficinas temáticas de pesquisa utilizando alguns temas que se desdobram dos sub-eixos, trabalhando com fontes e perguntas problemas. Os objetivos deste trabalho didático são, entre outros, problematizar as relações que envolvem a alimentação como ato humano histórico, contribuir para que o educando, a partir do seu cotidiano, aprenda a: perceber-se enquanto um ser histórico, consciente, a pensar temporalmente, a fazer analogias, a ler fontes históricas, pesquisar, comparar, pensar criticamente e se posicionar enquanto um indivíduo histórico, social, consciente das relações do mundo que o cerca. As ações, pesquisas e narrativas dos trabalhos dos alunos serão registrados em um caderno que podem servir como fontes para posteriores análises e trabalhos. A temática da alimentação e todas as relações que a cerca, chegam nas escolas de forma desarticulada e pouco historicizada. No entanto o alimento e o ato de alimentar-se é histórico e hoje está envolvido em uma série de relações comprometidas com a globalização e também em um contra-movimento, ou seja, antiglobalização.