Sistema Eletrônico de Administração de Conferências - UDESC, III Seminário Internacional História do Tempo Presente - ISSN 2237 4078

Tamanho da fonte: 
Viver de Quitandas em Desterro no século XIX: Uma Proposta de Ensino de História e do Patrimônio Cultural dos povos africanos e afrodescendentes a partir de uma Pesquisa-Ação
Mylene Silva de Pontes, Mônica Martins da Silva

Última alteração: 2017-10-14

Resumo


O Ensino da História dos Povos Africanos e Afrodescendentes ainda constitui, no tempo presente, um desafio para o trabalho pedagógico, mesmo depois de mais de uma década da aprovação da legislação que orienta esse trabalho. Nesse texto, apresentamos uma proposta de pesquisa ação que constitui etapa de uma investigação desenvolvida no ProfHistória/UFSC, a partir do acervo do módulo temático “Viver de Quitandas” do Programa Santa Afro Catarina. Propõe-se o desenvolvimento de diferentes etapas que partem da problematização da invisibilidade acerca dos povos africanos e afrodescendentes na História e na Memória de Florianópolis e São José, onde está localizado o Colégio Municipal Maria Luiza de Melo, instituição com a qual se desenvolve a pesquisa, a partir do trabalho com uma turma de oitavo ano do Ensino Fundamental. Também propõe-se  o trabalho com diferentes fontes históricas que problematizam a História de Desterro e São José no século XIX, compreendendo o processo de transformação da paisagem urbana com destaque para os temas do abastecimento e da produção de gêneros alimentícios, associados a espaços como o Porto, a antiga Praça de Mercado e as ruas de Desterro que emergem como locais de trabalho, cultura e de sociabilidade para muitos escravos e libertos, homens e mulheres de origem africana, que desempenhavam atividades relacionadas ao comércio de gêneros alimentícios produzidos na Ilha e no litoral adjacente. Destaca-se o trabalho com as trajetórias das “Quitandeiras”, mulheres africanas que viviam do comércio de rua, cujas histórias entrelaçam passado e presente e são o fio condutor da narrativa que propõe um percurso pelas ruas, praças e becos, nas imediações da praça XV de novembro, no centro de Florianópolis. Por meio dessa proposta, problematiza-se as ausências e as invisibilidades da História desses sujeitos na História de Santa Catarina, a partir de um trabalho que privilegia a discussão de fontes históricas e a Educação Patrimonial.

 


Texto completo: PDF