Última alteração: 2021-06-12
Resumo
Através de jornais, livro ata de reunião da Sociedade Operária Beneficente 13 de Maio e de registro de óbito pretendo construir uma narrativa sobre a trajetória de vida de Eugênia Araújo Santos, uma mulher negra, empregada doméstica, nascida no interior do estado do Paraná em 1860 e falecida em Curitiba em 1943. Todos os três tipos de documentos dos quais me foi permitido acessar a trajetória de Eugênia foram produzidas por homens: jornalistas, diretores da Sociedade Operária Beneficente 13 de Maio e médico legista, ou seja, na construção da narrativa sobre Eugênia terei de realizar uma análise crítica sobre a mediação desses homens, quais os estereótipos de raça e gênero construído por eles sobre ela, sobre o sujeito histórico mulher negra. Orientada pela reflexão de Spivak sobre se o sujeito subalterno pode falar? E da contínua dificuldade de escuta dos produtores da memória e intelectuais que se propõe construir narrativas sobre sujeitos outros, me proponho a desafiadora tarefa de ouvir, questionar e construir uma narrativa possível sobre Eugênia Araújo Santos.
Palavras-chave: mulheres negras, estereótipos, racismo.