Última alteração: 2021-06-13
Resumo
Durante a década de 1970 o Brasil vivenciava uma ditadura civil-militar instaurada com o golpe de Estado que derrubou o presidente legítimo João Goulart em 1964. Sem a possibilidade de uma oposição que se organizasse no parlamento e com a censura aos meios de comunicação, além da perseguição, tortura e aniquilamento dos opositores, a estes não restava alternativa que não a organização em partidos clandestinos, e a produção de uma imprensa contra hegemônica para a difusão das ideias de liberdade e direitos civis, de luta pela democracia e transformação da sociedade. Diferente do que acontecia com os jornais da “grande imprensa”, os jornais “nanicos”, como ficaram conhecidos, constituíram uma cultura de oposição. São jornais como Pasquim, Movimento, Coojornal, Ex, Opinião, entre outros. Sendo assim, tomando o jornal Versus como objeto de pesquisa, pretendo refletir sobre como este periódico constituiu um espaço e instrumento de confluência de ideias de oposição e luta pela democracia em plena ditadura. A análise é realizada a partir do conceito de cultura política. Como resultados da pesquisa observo que sem a possibilidade de se organizar em partidos opositores de forma legal, o jornal Versus assumiu uma centralidade na luta política por parte da oposição de esquerda no período.
Palavras-chave: imprensa alternativa, ditadura, democracia.