Última alteração: 2021-06-13
Resumo
O presente trabalho visa analisar três publicações da coluna “Por que ler hoje?” do Suplemento Cultura do jornal O Estado de S. Paulo: “Por que ler Joaquim Nabuco hoje?” (1980) escrita por Gilberto Freyre; “Porque ler Oliveira Vianna hoje?” (1980) por Oliveiros S. Ferreira e “Por que ler Rui Barbosa hoje?” (1981) por Djacir Menezes. Nessa coluna, o jornal convidava intelectuais de diversas áreas do conhecimento para refletir sobre sociedade, cultura e política. A escolha dessas três publicações se dá pela possibilidade de observá-las sob a problemática da crise de paradigmas nas ciências sociais na segunda metade do século XX, bem como os embates das revisões crescentes no contexto brasileiro após a lei da Anistia (1979), com a abertura política e o processo de redemocratização. A partir da perspectiva da História do Tempo Presente, busca-se considerar esses sujeitos como intelectuais mediadores de bens culturais conformados em grupos específicos, investigando as relações estabelecidas entre o presente dos autores e o passado histórico brasileiro, em que buscam legitimar uma atualidade para seus personagens, ao mesmo tempo que se evidencia um pensamento conservador e elitista em suas narrativas.
Palavras-chave: História do Tempo Presente, intelectuais mediadores, usos do passado, conservadorismo, Suplemento Cultura do Estado de S. Paulo.