Sistema Eletrônico de Administração de Conferências - UDESC, IV Seminário Internacional História do Tempo Presente - ISSN 2237-4078

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Língua, resistência e identidade: o uso do alemão nas décadas de 1950 e 1960 na região de Blumenau-SC
André Procópio Gomes

Última alteração: 2021-06-16

Resumo


A Campanha de Nacionalização (1938-1946) é um episódio que persiste no imaginário de memória nas regiões afetadas por esta política pública que visava o silenciamento das línguas de origem europeia que não fossem o português. Para a população de origem alemã e seus descendentes, a língua se constituía em um dos principais pilares da definição identitária e étnica (SEYFERTH, 1981). Com o fim da Campanha e da Segunda Guerra, temos algumas tentativas e estratégias visando a retomada da língua alemã, especialmente através de práticas não escolares. Dado que as escolas em língua estrangeira têm sua atividade restringida no Brasil, qualquer retomada das escolas alemãs nas regiões que anteriormente ocupavam foi interditada. Desta forma, outros caminhos menos formais (como o teatro, o jornalismo, a literatura, o cinema e a oralidade) passam a ser empreendidos, quase que numa forma de subterfúgio, pelos imigrantes alemães e descendentes. É analisando historicamente os usos da língua alemã após a Campanha de Nacionalização que podemos compreender melhor as transformações que ocorreram na definição identitária destas populações de origem imigrante.

Palavras-chave: História do Tempo Presente, memória, identidade, língua alemã, Blumenau.


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