Última alteração: 2021-06-16
Resumo
A Argélia foi palco de uma emblemática práxis revolucionária anticolonial, seja nas trincheiras, seja nos escritos. Foi no cenário dessa efervescente luta de libertação nacional que Frantz Fanon consolidou sua carreira enquanto médico psiquiatra e intelectual comprometido com a agenda anticolonial. Sua obra intitulada “Em defesa da Revolução Africana”, publicada originalmente na França em 1964, reúne ensaios, cartas, artigos e discursos produzidos por Fanon entre 1952 e 1961, período que se inicia com sua nomeação para o Hospital Psiquiátrico de Blida e perpassa pelos anos da Guerra de Independência da Argélia (1954-1962). Por uma perspectiva da História do Tempo Presente, pensamos os escritos reunidos nesta obra enquanto um testemunho de Frantz Fanon, que nos possibilitará, a partir de uma articulação entre memória e História, pensar quais foram as experiências da Revolução Argelina que indicaram para Fanon a possibilidade de uma nova vida que nasce com a morte do colonialismo. A Revolução Argelina enquanto palco de constituição desta nova humanidade que surge de uma práxis revolucionária, na dialética relação entre prática e teoria, foi uma revolução que se deu em todos os níveis de atuação, do cotidiano ao intelectual. Sendo assim, proponho uma reflexão a partir dos caminhos históricos, políticos e intelectuais que percorreu Frantz Fanon em seu comprometimento com a luta anticolonial.
Palavras-chave: Revolução Argelina, Frantz Fanon, movimentos de independência.