Em 2014, a terceira cadeia pública de Londrina, no norte do Paraná – ou, simplesmente, o Cadeião de Londrina –, foi reinaugurada como espaço cultural no centro histórico do município – o edifício da cadeia foi cedido, em 2010, em comodato ao Serviço Social do Comércio (Sesc), para que a instituição revitalizasse o edifício, requalificando-o como “Sesc Cadeião Cultural”. A cadeia, ativa desde 1939, foi desativada em 1994, e permaneceu inativa, com “subutilizações” bastante pontuais, até a mencionada transformação em centro cultural. Considerando-se tal imóvel como objeto de pesquisa, apresenta-se a seguinte problemática: após anos de projeções não efetivadas, que condições possibilitaram, em 2014, a emergência de um espaço cultural a partir de uma antiga cadeia pública? Desse modo, este artigo visa refletir – a partir do objeto, tema de estudo e de fontes impressas locais – aspectos de uma temporalidade (KOSELLECK, 2014) recente, inserindo-se nas discussões concernentes à denominada História do Tempo Presente. As expressões (e particularidades) de nosso tempo se manifestam no desenvolvimento das modernas cidades brasileiras. O artigo discute, portanto, a partir da emergência do Sesc Cadeião Cultural (2014), políticas públicas que se apresentam no tempo presente, tramas sociais desenvolvidas em uma modernidade anômala, à brasileira (MARTINS, 2008); uma narrativa que visa contribuir com os estudos da temática urbana por meio das reflexões da historiografia do tempo presente.

Palavras-chave: História do Tempo Presente, revitalização urbana, Sesc Cadeião Cultural.