Este trabalho se propõe a estudar os diários do autor José Saramago, intitulados de Cadernos de Lanzarote, uma sequência de seis livros, escritos entre 1993 e 1998. O nome remete à localidade de Lanzarote, uma ilha espanhola no Oceano Atlântico, na costa da África. Esses livros serão interpretados como fontes históricas, escrutinados dentro de suas especificidades, de ser um registro histórico produzido pelo próprio sujeito, para tornar esses escritos públicos. Essas condições não limitam a interpretação, mas, pelo contrário, estimulam a investigação histórica, que vai interpretar a relação do autor com os espaços e com os trânsitos, nos diários. Entre 1993 e 1998 o autor foi vencedor do prêmio Camões (em 1995) e do prêmio Nobel de Literatura (em 1998), além de publicar dois livros de ficção, uma peça teatral e um livro de contos. O mundo editorial no final do século XX era repleto de eventos e divulgações de lançamentos e traduções de suas obras e depois dos prêmios essa gama de trânsitos aumentou muito. Por isso a escolha em buscar entender esse sujeito histórico e suas relações com os espaços.

Palavras-chave: José Saramago, diários, Lanzarote.