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“A nossa desunião será a maior força do nosso inimigo”: o olhar vigilante do DEOPS/SP e SNI e a suspeição aos movimentos pela anistia (1975-1983)
Última alteração: 2014-09-25
Resumo
Essa comunicação tem como objetivo analisar a vigilância e controle de parte da comunidade de informações e segurança aos movimentos pela anistia no contexto da chamada distensão política. Isso porque, as demandas dessas entidades, com destaque para o MFPA e os CBAs, estavam concentradas em questões muito sensíveis para o regime mesmo em tempos de abertura política. Ao denunciarem publicamente, no Brasil e no exterior, as arbitrariedades da ditadura e exigirem o desmantelamento da comunidade de informações e segurança, além do fim das leis repressivas, esses movimentos atingiram não apenas o alto escalão militar, comprometidos com uma abertura que fosse lenta, gradual e segura, mas também setores no interior das Forças Armadas claramente incomodados com o espaço de atuação da oposição civil organizada naquele momento. Assim, a luta dos movimentos pela anistia corroborava, na perspectiva dos militares, a necessidade de constituir uma vigilância cerrada aos opositores ou possíveis opositores do regime. A análise da relação entre a vigilância do Estado e a atuação dos movimentos pela anistia precisa levar em consideração, portanto, os limites da chamada abertura lenta, gradual e segura cujas práticas guardam muitas continuidades em relação ao período anterior, além de trazer à tona os dissensos no interior das Forças Armadas e a atuação e capacidade mobilizatória das entidades de luta pela anistia.
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