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O trabalho decorre de reflexões sobre as historicidades das (contra)comemorações ao centenário de nascimento do cangaceiro Lampião, ocorridas no Ceará, em fins da década de 1990; investigação na qual problematizamos a memória do cangaço enquanto elemento de identificação da região do Nordeste brasileiro. Embasados no intuito que contorna a apreensão da institucionalização estatal das efemérides, propomo-nos na presente comunicação a analisar rememorações sobre o cangaço entre os anos de 1988 e 1995. Com isso, buscamos entender suas significações envoltas em fusões e contendas relativas às ditas identidades nordestinas, tendo em vista as ressonâncias deste imbróglio em uma patrimonialização do fenômeno, tornada mais patente em virtude da reestruturação das políticas culturais cearenses em curso no período.