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"Vamos demolir o Tuca": o teatro universitário como movimento de resistência ao regime militar
Última alteração: 2014-09-25
Resumo
Vamos demolir o Tuca’ é o título que certo colunista deu a um texto em 2004. Tal apologia deve-se ao fato do Teatro da Universidade Católica/SP ter se estabelecido como um dos marcos da resistência ao regime. A ideia não é original, eis que o prédio do TUCA sofreu diversos atentados ao longo da Ditadura, mas prenunciou um retorno do discurso de criminalização dos movimentos sociais. Como ação de militância, a peça de estreia Morte e Vida Severina teve inúmeras apresentações na periferia, fábricas, escolas, etc., fazendo da sina de Severino contestação e resistência à Ditadura. Selecionada para o Festival du Théâtre de Nancy, promoveu na França discussões sobre a ditadura instalada no Brasil. Com a inovadora O&A, que não tinha texto e usava a expressão corporal para transmitir suas ideias, impediu a censura, mas não evitou a repressão dos militares que prenderam os estudantes continuamente, o que desestabilizou e desfez o grupo. Esse estudo é um subtópico da pesquisa de doutorado sobre a trajetória do anarquista Roberto Freire, diretor artístico do TUCA, a partir de reflexões epistemológicas da história intelectual que, em sua função de restituição das ideias e elucidação dos contextos de produção e recepção de uma obra, possibilita melhor apreensão da atuação do intelectual na sociedade. Além da análise da obra, o estudo compreende pesquisa documental nos arquivos do DOPS/SP, Nancy e Paris, entrevistas com Elza F. Lobo, assessora de imprensa do TUCA e militante da AP.
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