Tamanho da fonte:
Modernidade, globalização, identidades e ensino de História
Última alteração: 2017-10-10
Resumo
Vivemos tempos de incertezas. Os fundamentos do mundo moderno são novamente questionados. O pacto que proporcionou o funcionamento da sociedade civil nos Estados Nacionais Modernos está em xeque. Por um lado, pensadores como o filósofo, historiador e pedagogo alemão Jörn Rüsen e o filósofo canadense Charles Taylor, contemporaneamente, têm ressaltado que é fundamental insistir e alargar as bases da modernidade e do humanismo de padrão iluminista para repensar as identidades históricas, em um mundo global policêntrico pautado na interculturalidade. Num outro caminho, os estudos pós-coloniais, africanos, asiáticos e, especialmente, latino-americanos, colocam-nos diante de fantasmas bem mais assustadores decorrentes da modernidade e da globalização, ambas lidas como um aprofundamento da desigualdade e da assimetria de poder e condição socioeconômica entre os povos. Os enfrentamentos necessários para promover uma descolonização do mundo contemporâneo são muito mais intensos e radicais. É preciso abrir espaço para uma gama de outras vozes e histórias dissonantes, até dissidentes – indígenas, negros, mulheres, colonizados, grupos minoritários, os portadores de sexualidades policiadas, imigrantes, etc. A História e o ensino escolar de história, nas suas concepções contemporâneas, são filhos diletos da modernidade e, portanto, estão envoltos e mergulhados nos dilemas e encruzilhadas que acabamos de descrever. Que história ensinar nas escolas? Reforçamos o humanismo e a nossa herança ocidental? Partimos para enfrentamentos maiores na perspectiva da descolonização dos currículos, das práticas e das mentalidades? Em busca de reflexões que possibilitem não respostas definitivas, mas apontem alternativas e caminhos, a presente comunicação traça considerações, através de análises comparativas, sobre algumas das proposições contemporâneas para o ensino e a aprendizagem da História, prospectando as possibilidades da transposição destas discussões para a realidade brasileira.
Texto completo:
PDF