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Mulheres japonesas em Santa Maria-RS e a transmissão do Saber-fazer da culinária japonesa
Última alteração: 2017-10-10
Resumo
Com a intenção de analisar as adaptações culturais dos imigrantes japoneses residentes em Santa Maria, Rio Grande do Sul, o presente trabalho tem seu foco nas práticas gastronômicas típicas desses imigrantes, que são transmitidas de geração a geração pela oralidade, sobretudo pelas mulheres. Muitos elementos da gastronomia japonesa, trazidos pelos imigrantes, ainda estão presentes no cotidiano das famílias japonesas de Santa Maria, ainda que, na vida da segunda e terceira geração, de forma mais simbolizada. Assim, a comida que os ancestrais gostavam é colocada no oratório doméstico, como forma de ofertório e agradecimento aos antepassados, ainda que os jovens possam não entender o significado desse ritual. Não sabem, tampouco, preparar o missô ou outras iguarias típicas da culinária japonesa; daí a importância de registrar e salvaguardar a memória das mulheres nikkei, para que essa memória possa continuar compondo a identidade étnica do grupo nas futuras gerações, através do saber-fazer da gastronomia japonesa. Hatugai (2011) destaca a importância das mulheres nessa transmissão de saberes culturais, por meio do que é conhecido como “baatianês” ou língua das avós, o que denota a responsabilidade que recai sobre as mulheres de assegurarem algum conhecimento acerca da gastronomia japonesa para seus filhos e netos, bem como da educação e do repasse das tradições culturais de forma geral. As mulheres nikkei da cidade de Santa Maria, sobretudo as imigrantes de primeira geração, que exercem o papel de avós no contexto familiar, contam suas recordações sobre a família, a infância e, principalmente, a gastronomia, recordando o trabalho na agricultura e as dificuldades na chegada ao Brasil, bem como o sofrimento e o processo de superação pelo qual passaram, desde que chegaram na cidade de Santa Maria em 1958
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