Sistema Eletrônico de Administração de Conferências - UDESC, III Seminário Internacional História do Tempo Presente - ISSN 2237 4078

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Mulheres japonesas em Santa Maria-RS e a transmissão do Saber-fazer da culinária japonesa
Alexandra Begueristain da Silva, André Luís Ramos Soares

Última alteração: 2017-10-10

Resumo


Com  a  intenção  de  analisar  as  adaptações  culturais  dos  imigrantes  japoneses residentes em Santa Maria, Rio Grande do Sul, o presente trabalho tem seu foco nas práticas gastronômicas  típicas  desses  imigrantes,  que  são  transmitidas  de  geração  a  geração  pela oralidade,  sobretudo  pelas  mulheres.  Muitos  elementos  da  gastronomia  japonesa,  trazidos pelos imigrantes, ainda estão presentes no cotidiano das famílias japonesas de Santa Maria, ainda  que,  na  vida  da  segunda  e  terceira  geração,  de  forma  mais  simbolizada.  Assim,  a comida  que  os  ancestrais  gostavam  é  colocada  no  oratório  doméstico,  como  forma  de ofertório  e  agradecimento  aos  antepassados,  ainda  que  os  jovens  possam  não  entender  o significado desse ritual. Não sabem, tampouco, preparar o missô ou outras iguarias típicas da culinária  japonesa;  daí  a  importância  de  registrar  e  salvaguardar  a  memória  das  mulheres nikkei, para que essa memória possa continuar compondo a identidade étnica do grupo nas futuras gerações, através do saber-fazer da gastronomia japonesa. Hatugai (2011) destaca a importância  das  mulheres  nessa  transmissão  de  saberes  culturais,  por  meio  do  que  é conhecido como “baatianês” ou língua das avós, o que denota a responsabilidade que recai sobre as mulheres de assegurarem algum conhecimento acerca da gastronomia japonesa para seus filhos e netos, bem como da educação e do repasse das tradições culturais de forma geral. As mulheres nikkei da cidade de Santa Maria, sobretudo as imigrantes de primeira geração, que exercem o papel de avós no contexto familiar, contam suas recordações sobre a família, a infância  e,  principalmente,  a  gastronomia,  recordando  o  trabalho  na  agricultura  e  as dificuldades na chegada ao Brasil, bem como o sofrimento e o processo de superação pelo qual passaram, desde que chegaram na cidade de Santa Maria em 1958

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