Última alteração: 2017-10-11
Resumo
Este artigo objetiva analisar como as práticas mágico-religiosas de matrizes africanas foram representadas no videoclipe da canção Banho de Manjericão (1980) interpretada por Clara Nunes. Esta cantora foi a primeira mulher a vender mais de cem mil cópias de discos, apresentando uma exaltação às culturas de matrizes africanas num Brasil marcado pelo racismo e intolerância religiosa. Proponho esta discussão por considerar que as representações culturais presentes nos versos da canção, nos encartes do álbum, nas performances corporais apresentadas por Clara Nunes na produção audiovisual e, sobretudo, nas indumentárias e acessórios utilizados pela artista, possuem a capacidade de auxiliar os/as historiadores/as na interpretação de acontecimentos históricos relacionados aos povos descendentes da diáspora africana.