Última alteração: 2017-10-11
Resumo
O partido fornece as diretrizes para a ação dos seus militantes, mas simultaneamente a militância é fundamental para a concretização dos objetivos de um partido. A organização Ação Popular surgiu em 1962, marcando uma ruptura com a Juventude Universitária Católica-JUC. Em 1965, no processo de rearticulação política, a organização aderiu à ideia da luta armada como forma de combate à ditadura militar no Brasil. Em 1968 aderiu ao marxismo-leninismo-pensamento de Mao Tsé-Tung. Considerava-se que a integração dos militantes na produção tinha um papel fundamental na transformação do partido em uma organização revolucionária. Após o golpe de 1964, o perfil dos membros da organização não mudou significativamente. Muitos de seus militantes eram jovens adultos, estudantes universitários ou profissionais liberais recémformados. O processo de integração na produção implicava abandonar sua condição de classe social e transformar-se em um operário ou trabalhador rural. Segmentos sociais aos quais se atribuía o protagonismo revolucionário, enquanto, membros do proletariado, classe social antagonista da burguesia e do capitalismo. Dessa forma, pretende-se discutir experiências e dificuldades enfrentadas por esses militantes na empreitada de se transformarem em revolucionários. Dentre os autores que abordam essa relação partido-militante, menciona-se Daniel Aarão Reis. Esse autor compreende que o Partido se colocava como produtor de verdade e orientador do processo revolucionário, diante do qual os militantes encontravam-se atomizados e em dívida, pois o conhecimento que adquiriam provinha do mesmo. Para essa análise, levar-se- á em conta textos memorialistas de dirigentes e militantes da Ação Popular, tais como: Aldo Arantes e Haroldo de Lima; Catarina Derlei de Luca e Catarina Meloni.