Última alteração: 2017-10-13
Resumo
Os discursos produzidos pela imprensa escrita constituem-se em um bom material de análise para aproximarmo-nos dos múltiplos elementos que tecem as representações que construímos sobre a criança e a infância. Ponte (2009) destaca como a imprensa jornalística contribui para a construção social da infância e apresenta de que modo a representação pública da criança no jornalismo escrito constitui uma das áreas mais ignoradas de análise dos media. A autora enfatiza como as crianças na imprensa escrita são carregadas de poder simbólico e evocativo, são mais para serem vistas do que serem ouvidas, desta maneira, a criança vai se tornando um artefato simbólico do mundo adulto satisfazendo a seus próprios interesses. A partir destas contribuições, este trabalho pretende sinalizar, no campo dos estudos da história da infância, elementos acerca da condição social da criança na década de 1940 presentes no discurso da imprensa escrita em Chapecó (SC), tendo como fio condutor as contribuições teóricas de Foucault (2001), compreendendo que os discursos são transversalizados pelas dinâmicas de poder e saber de seu tempo. Assim, faz-se necessário, primeiramente, compreender de que modo são produzidas e o que determinará sua existência. Olhando para o passado, pretende-se realizar não uma leitura sobre algum fato do passado, mas descobrir as experiências que o passado carrega que podem ser “estopins” que permitirão explodir as continuidades históricas.