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Trajetórias migrantes e conflitos urbanos na Grande Florianópolis (Brasil, 2012-2016)
Última alteração: 2017-10-14
Resumo
Entre 1990 e 1992 sem-tetos organizados promoveram ocupações no município de Florianópolis. Após duas décadas, novas ações organizadas de sem-teto aconteceram na Região Metropolitana de Florianópolis. Uma série de mudanças ocorreram na cidade entre esses dois períodos. O surgimento de novas áreas de moradia e a expansão de antigos bairros (mudanças decorrentes do forte crescimento populacional) alteraram a fisionomia urbana da área metropolitana. Nesse processo, modificou-se também o perfil dos seus moradores e a dinâmica política da cidade, com o ingresso de novos protagonistas na cena pública. Dois traços podem ser apontados como recorrentes nessas novas lutas por moradia na Grande Florianópolis: a presença das mulheres na liderança do movimento; a forte presença de migrantes entre os sem-teto. Tal como nas comunidades surgidas das lutas do passado, nas novas ocupações do movimento dos sem-teto, tem-se identificado a força da participação feminina, tanto como lideranças como no trabalho cotidiano de organização comunitária, sendo que a maioria delas é constituída por mulheres migrantes. Assim, partindo de uma breve contextualização histórica do movimento de luta por moradia em Florianópolis, o trabalho apresenta os dados de recente pesquisa desenvolvida numa ocupação de sem-teto, identificando o perfil migrante dos integrantes do movimento e analisando a participação das mulheres no seu processo organizativo. A pesquisa de campo ocorreu na área ocupada pelo movimento – a Ocupação Contestado, e envolveu uma equipe de pesquisadores que coletaram dados por meio de survey, grupos focais e entrevistas. Além dessas técnicas, a pesquisa participante foi fundamental no sentido de proporcionar o acesso às lideranças e moradores, possibilitando a realização de entrevistas em profundidade, das quais resultaram histórias de vida de lideranças da ocupação.
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