Última alteração: 2023-08-05
Resumo
A pandemia de SARS-COV-2 agravou o desafio histórico da alfabetização de todas as crianças brasileiras, devido à necessária adoção de medidas sanitárias que fecharam escolas, além do aprofundamento da desigualdade social e de fatores de ordem psicológica e de saúde envolvidos nesse momento. A retomada das aulas presenciais, no pós-pandemia, defrontou-nos com o aumento da taxa de analfabetismo e a elevação da deserção escolar, por crianças e jovens, além de incertezas quanto aos aprendizados realizados em regimes especiais, adotados por redes de ensino. Essas problemáticas demandaram a reorganização das redes de ensino e a revisão de documentos curriculares e, no município de São Paulo, gerou prescrições em torno da recomposição do currículo do Ensino Fundamental e, em específico, da alfabetização. Este trabalho apresenta uma pesquisa em andamento, de cunho qualitativo, que visa compreender as escolhas de ordem didática de professores-alfabetizadores quanto aos objetos de ensino e a incorporação (ou não) dos discursos oficiais em suas práticas nesse novo cenário. Tem como foco a discussão sobre o quadro teórico mobilizado e as opções de ordem metodológica, vis-à-vis o objetivo perseguido nesta pesquisa. Concluímos problematizando os próximos passos quanto à geração de dados e aos procedimentos analíticos.